quinta-feira, 12 de março de 2009

IV

Estava eu versejando na privada
E compunha um soneto muito belo.
- Que rimas, que linguagem apurada! -
Até Camões ficava no chinelo.

Pus no papel dois ótimos quartetos;
Depois veio um terceto do caralho.
"Mas três versinhos cá no papel meto",
Pensei, "e terei um soneto infalho."


Mas, Oh, vida! Oh, azar! Não me foi dado
Por Musa terminar a poesia!
(Mesmo sentado lá por todo o dia...)

Fiquei sem meu soneto e todo assado.
Não consegui sequer limpar a bunda.
Em meu peito terrível dor abunda.

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