Como houvesses querido dar-me
Quanto sei que tu não tiveste
Dou-me eu mesmo a ti, vento agreste
Que ameaças despedaçar-me.
Cá estou, nu e sem alarme
Pra que sejas-me cancro e peste.
Faz'-me nada; e que quanto reste
Não mitigue, tampouco alarme.
E eu enfim, por ti liquefeito
Rio sem margem, sem vau, sem leito,
Não mais sendo, serei no entanto.
Grande Não que deflui do Nada
E do Nunca afluente. Estrada
A canto algum de nenhum canto.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
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