sábado, 30 de julho de 2011

XXVI

Não temo a morte, o escuro, o fim, nem nada.
Apenas isto temo sob o céu:
No W.C., após uma cagada,
Me aperceber de que não há papel.

Pro Escuro, há Luz; à Noite, a Alvorada
Sucede sempre, dissipando o breu.
Mas quem cagou sem ter dado uma olhada
Perdido está, pois sem papel, fodeu.

Assim, cagar, que é coisa tão bonita
Terá levado um homem à desdita
Pior que o fim, a morte, a noite, o escuro!

Ó homens, atentai! Tende cautela!
Por mais que urgente seja a estrumela,
Olhai antes de ao vaso abrir o furo.

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