quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

II

Cagar é algo muito interessante,
Cagar é a coisa mais legal que existe.
Ontem caguei uma peça de Liszt;
Hoje caguei um poema de Dante.

Nesta vida terrena não há nada
Que se lhe possa comparar, oh não!
Nenhum prazer, arte ou amor é tão
Satisfatório quanto uma cagada.

Vaguei, vaguei, vaguei por todo canto
Sem, no entanto, encontrar felicidade;
(Em coisas muitas, em prazeres vários!)

Até que encontrei cá meu acalanto!
Não há nada melhor, eis a verdade,
Que um confortável vaso sanitário.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Textículo

Andava como se quisesse sorver tudo aquilo: os sorrisos, a música, a sublime impalpabilidade etérea, quase onírica, daquela noite crivada de luzes. De repente teve um alumbramento: tudo - não só aquele instante, mas todos quanto vivera, isso sim! -, tudo era um mero prelúdio para a sinfonia que se haveria de tocar; era o primeiro verso do soneto; era o primeiro raio de luz que violava o negrume impúbere da noite, anunciando uma nova e esplêndida aurora
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